• Humberto Abdo
Atualizado em
 (Foto: Flickr/Ryan Knapp)

(Foto: Flickr/Ryan Knapp)

Pesquisadores descobriram mais um possível benefício físico proporcionado pela corrida: o exercício também é capaz de alterar o funcionamento do cérebro da mesma maneira que ocorre quando alguém toca um instrumento musical.

Em um estudo conduzido pela Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, exames de ressonância magnética revelaram melhor conectividade no cérebro de corredores. Os resultados mostraram que diferentes regiões do cérebro estavam mais conectadas e mais sincronizadas do que o normal.

Os cientistas afirmaram que a descoberta pode nos ajudar a entender como tarefas repetitivas — correr ou tocar piano, por exemplo — podem alterar o funcionamento cerebral. Também deve oferecer novas ideias para combater o “declínio cognitivo” comum a partir da terceira idade.

“Uma recente proliferação de estudos nos últimos 15 anos mostrou que a atividade física pode ter impacto benéfico no cérebro”, disse o antropólogo David Raichlen, um dos membros da equipe. “Mas a maior parte desses estudos tem sido baseada somente em adultos mais velhos.”

O grupo comparou os exames cerebrais de 11 corredores com os resultados de outros 11 homens que não participaram de qualquer atividade atlética no último ano. Os voluntários tinham a mesma faixa etária, entre 18 e 25 anos.

Em exames de estado de repouso, onde os participantes não realizam tarefas durante a ressonância, a equipe descobriu que a conectividade funcional dos corredores era maior em áreas como o córtex frontal, região que lida com o planejamento, decisão e realização de tarefas múltiplas.

Pesquisas anteriores já identificaram esse resultado com tarefas que envolvem a função motora, como aprender um instrumento musical. A partir dessas semelhanças, os pesquisadores sugeriram que a corrida pode envolver o cérebro da mesma forma, mesmo se o exercício for uma tarefa “automática”, que não exige muita reflexão.

Embora os cientistas ainda não tenham muitas informações sobre o impacto benéfico dessa mudança na conectividade cerebral, estudos já comprovaram que danos causados, por exemplo, após um acidente vascular cerebral podem reduzir essa conectividade e deixar as regiões do cérebro mais isoladas.

Leia também:
+ Neurocientistas explicam por que correr faz bem para o cérebro
+ 8 razões pra começar a correr