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Agentes se confundem e atiram em colegas que faziam ronda em presídio no RN

A penitenciária estadual de Alcaçuz, localizada na cidade de Nísia Floresta (RN), reformada após massacre de janeiro de 2017 - Vinícius Andrade/UOL
A penitenciária estadual de Alcaçuz, localizada na cidade de Nísia Floresta (RN), reformada após massacre de janeiro de 2017 Imagem: Vinícius Andrade/UOL

Aliny Gama

Colaboração para o UOL, em Maceió

03/03/2019 18h13Atualizada em 03/03/2019 20h57

O coordenador de administração penitenciária do Rio Grande do Norte, Dhayme Araújo da Silva, e outro agente penitenciário, que não teve o nome divulgado, foram atingidos por tiros ontem à noite no Complexo Penitenciário de Alcaçuz, localizado em Nísia Floresta, região metropolitana de Natal. 

Eles faziam ronda externa na área de acesso ao complexo de Alcaçuz, quando foram surpreendidos por disparos vindos de dentro da penitenciária. O incidente ocorreu por volta das 23h.

Os tiros teriam sido disparados por agentes penitenciários, que ouviram barulhos, se confundiram e acreditaram se tratar de estranhos. A versão é da Seic (Secretaria de Justiça e Cidadania).

A pasta classifica o episódio como "disparo acidental de arma de fogo". A secretaria descartou a possibilidade de existir armas em poder dos presos do complexo de Alcaçuz. 

Dhayne Silva levou dois tiros, um de raspão e outro que furou o colete e perfurou o abdômen. Ele está internado no hospital Walfredo Gurgel, em Natal, depois de ter passado por cirurgia para retirada dos projéteis. Seu estado é estável, e não há previsão de alta.

O outro agente penitenciário ficou ferido de raspão e recebeu alta médica.

A Sejuc informou que está apurando o ocorrido junto com a Polícia Civil. A secretaria não informou quantos agentes penitenciários estão envolvidos no incidente, mas disse que eles prestaram depoimento na delegacia de Nísia Floresta, na noite de ontem. Novas oitivas com os envolvidos acontecerão na próxima quinta-feira (7).

Em janeiro de 2017, o Complexo Penitenciário de Alcaçuz foi palco da maior chacina da história do Rio Grande do Norte. Na ocasião, 26 presos morreram durante uma rebelião, incluindo 24 corpos decapitados. A rebelião ocorreu durante briga entre facções criminosas rivais que atuam dentro de Alcaçuz.