Paes confirma acordo para Romário apoiar Pedro Paulo. Senador nega
O prefeito diz que a negociação não foi feita “em função” de conta do ex-jogador na Suíça, como foi falado na famosa conversa gravada do senador Delcídio Amaral com o advogado de Nestor Cerveró
Reverberou com estrondo na política fluminense a referência feita durante a conversa que levou à prisão o líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral, a um acordo selado entre o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, e o senador Romário para que este apoiasse o candidato do PMDB, Pedro Paulo Carvalho, na eleição para a prefeitura da cidade em 2016. Delcídio comentou com seus interlocutores que o pacto lhe havia sido confirmado pelo próprio Paes e que o acordo fora feito “em função” de uma conta de Romário na Suíça. Na conversa gravada os interlocutores deixam transparecer a convicção deles de que o acordo político do prefeito com Romário estaria condicionado a algum procedimento favorável a Romário em relação à questão da conta. Romário negou a existência do acordo e Paes disse apenas que um entendimento político com o ex-craque e hoje senador seria de grande interesse para sua coligação.
Mas as coisas podem ter evoluído. Ao participar da cerimônia de inauguração do Circuito de Canoagem Slalom para os Jogos Olímpicos de 2016, em Deodoro, na Zona Oeste da cidade, na manhã de quinta-feira, Paes disse que, sim, existe um trato com Romário: “Tenho um entendimento com o Romário de que, se ele não vier a ser candidato, apoiará o Pedro Paulo”. O prefeito reafirmou a existência do encontro entre ele, Pedro Paulo, seu secretário e candidato à sucessão e Romário ocorrido no dia 4 de novembro, em Brasília, no gabinete de Delcídio do Amaral. Paes, no entanto, negou que a conversa tenha versado sobre contas em bancos no exterior.
Romário manteve-se firme na versão de que não tem acordo algum a respeito da sucessão do prefeito do Rio de Janeiro. A página de Romário no Facebook recebeu inúmeras intervenções com críticas a ele originadas do entendimento que seus fãs tiveram da conversa gravada e a questão da conta. O baixinho apanhou também de seus seguidores digitais que preferiram acreditar na versão de que ele fez mesmo um pacto com o prefeito para apoiar Pedro Paulo. Muitas dos críticos de Romário lembraram que passaram-se apenas duas semanas desde que o site de VEJA divulgou que Pedro Paulo espancou a ex-mulher durante uma briga de casal há seis anos. Romário, pelo visto, quer mesmo distância do pesado ônus político que o episódio ocasionou a Pedro Paulo. Escreveu o ex-craque no Facebook: “Não tem acordo com ninguém”. E, quando abordado com essa mesma dúvida durante o dia de quinta-feira, repetia a negação na forma de uma pergunta: “Quem disse que apoiei alguém?”.
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