• Da Redação
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Para especialista, o Waze é um exemplo para os investimentos sociais (Foto: Divulgação)

Para especialista, o Waze é um exemplo para os investimentos sociais (Foto: Divulgação)

A empresa que elabora um investimento social tem um dever junto com a criação do projeto: pensar em como usar a tecnologia para potencializar o alcance da ideia.

A opinião é de  Denis Mizne, diretor da Fundação Lemann, e foi dada durante a 8ª edição do Congresso GIFE,  evento que acontece em São Paulo (SP) e discute como o investimento social pode transformar a sociedade.

De acordo com o executivo, a sociedade mudou muito nos últimos 20 anos por causa da internet. A população, independentemente da classe social, tem acesso a computadores, smartphones e outros tipos de serviços que transmitem informações. “A tecnologia acelerou o mundo. E os projetos de cunho social devem ter essa agilidade. Então, quem embarcar nessa não pode pensar em projetos que não envolvam as tecnologias”, diz.

Ele cita, por exemplo, os projetos feitos para a área de educação. Eles podem prever compra de livros e atividades educativas, ou envolver ainda a criação de ferramentas de ensino que podem ser usadas no computador da escola e, depois, acessadas de casa, por meio do smartphone, tablet e PC – via internet.

“O ensino de matemática sempre foi ruim no país. Uma empresa pode fazer um investimento social para criar ferramentas online que impulsionem o ensino da matéria de uma forma diferente”, diz Mizne. “Essa ferramenta não só ajudará quem está nas capitais, como também quem está no interior do país – e disseminá-la, de forma eletrônica, é muito mais fácil do que usar papel”.

Mizne disse que este é apenas um exemplo. E ele tem não só o potencial de melhorar a qualidade do ensino de matemática, como também incentivar os estudantes a irem para área de engenharia, setor que carece de profissionais no país.

Agilidade

Mizne explica que a tecnologia ajuda em outra tarefa importante: medir os impactos e os resultados do investimento social.

“Se um projeto usa um aplicativo, por exemplo, conseguimos saber quantos downloads foram feitos, o tempo de uso, como as pessoas se comportam e, o mais importante, ter as opiniões dos usuários”, diz. “O meio eletrônico permite uma interação em tempo real”.

Com os dados, explica Mizne, as empresas podem corrigir uma estratégia errada, melhorar um serviço social que não está dando certo e, ainda, decidir se devem investir mais ou menos dinheiro numa iniciativa.

Segundo o especialista, o aplicativo de GPS social Waze, comprado recentemente pelo Google, é um exemplo.

“O software, que é um sucesso, só fica melhor a cada dia que passa. E isso só acontece porque as pessoas colaboram entre si e fornecem informações para os desenvolvedores. É isso que a tecnologia vai trazer para os investimento sociais”, afirma.