BARCELONA — Uma pedra preciosa pode ser a solução para uma das maiores preocupações dos donos de smartphones: as frágeis telas de vidro. A GT’s Advanced Technology, empresa especializada em fornecimento de materiais, apresentou, durante o Congresso Mundial de Mobilidade (MWC), um protótipo de tela feita de safira sintética, produzida a partir de uma pequena amostra da pedra encontrada na natureza. Segundo a empresa, o material é o segundo mais resistente do mundo, perdendo apenas para o diamante.
A demonstração foi feita com um iPhone 5. A tela especial foi adesivada sobre o vidro Gorilla Glass 2, que evita arranhões, mas é menos é feito de um vidro menos resistente que a safira. De acordo com o portal “CNET”, a presença da camada extra é imperceptível. Além disso, o protótipo resistiu a impactos e a arranhões feitos com uma pedaço de concreto. No teste, registrado em vídeo , o touchscreen continuou respondendo normalmente aos comandos.
A proteção adicional tem um custo extra. Enquanto um vidro normal custa cerca de US$ 1 por polegada, a aplicação da safira faria o valor subir para mais de US$ 3 por polegada. A estimativa é do diretor de marketing da GT, Jeff Nestel-Patt. Segundo o executivo, no entanto, os custos podem cair ao longo dos próximos anos.
— A ideia é que a tela de safira seja duas vezes e meia mais forte que o vidro usado normalmente em smartphones, atualmente. É, virtualmente, à prova de arranhões — disse o executivo, em entrevista ao site “Computer World”.
A tecnologia ainda não está pronta para ser produzida em massa. Atualmente, a GT leva 16 dias para produzir cerca de 115 Kg de safira industrial em um forno aquecido a 2.200 ºC. Para Nestel-Patt, no entanto, o custo de produção já está mais próximo de tornar a produção para o mercado uma ideia viável.
— O custo caiu ao ponto em que sentimos que há uma oportunidade para levar a safira a um novo mercado para proteção de dispositivos touchscreens — avaliou.
Apesar de a safira não ser tão popular quanto o Gorilla Glass, o material já foi utilizado anteriormente na produção de smartphones. A pedra é utilizada, por exemplo, como proteção da lente da câmera do iPhone 5. O revestimento também é encontrado no telefone de luxo Vertu Ti, que custa cerca de US$ 10 mil.