• Redação Galileu
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amostras de sangue podem indicar a nossa idade biológica (Foto: Pixabay)

Falta sangue para abastecer os hospitais ao redor do mundo (Foto: Pixabay)

Um estudo feito por pesquisadores dos Estados Unidos mostrou que o mundo enfrenta uma grave escassez nos bancos de sangue: 119 de 195 países não têm doações suficientes para atender à demanda dos hospitais.

A pesquisa, publicada no respeitado periódico The Lancet, aponta que em 2017 a necessidade por sangue em 195 nações foi de cerca de 303 milhão de bolsas, mas só se conseguiu arrecadar 272 milhões. Com isso, faltararam mais de 30 milhões de bolsas para transplantes.

Para chegar a esses resultados, os autores compararam informações de dois relatórios globais: o Global Status Report on Blood Safety (Relatório do Status Global em Segurança Sanguínea, em tradução livre), da Organização Mundial da Saúde (OMS), e o Global Burden of Disease (Carga Global de Doenças), de 2017.

A análise concluiu que o déficit de sangue estava presente em quase todos os países do continente africano, com poucas exceções como a África do Sul. Alguns países da Oceania (excluindo Austrália) e do sul da Ásia (como China e Rússia) estavam em uma situação crítica.

Mas isso não foi observado em países em ricos da Europa e da América do Norte. Os Estados Unidos tinham o dobro de sangue que era necessário para abastecer os estoques.

A Dinamarca é o país com maior estoque de sangue, com mais de 14 mil unidades a cada 100 mil pessoas. Já no Sudão do Sul, que vive uma guerra civil, a situação é a pior: há apenas 46 bolsas para cada 100 mil indivíduos. O ideal seria que o país africano tivesse 3,5 mil bolsas para cada 100 mil habitantes.

Segundo Thierry Burnouf, professor da Universidade Médica de Taipei Medical University, em Taiwan, entre as possíveis soluções para esse cenários estão estratégias elaboradas por meio de acordos nacionais e regionais e da cooperação internacional para transferir tecnologias para hemocentros em locais com déficit nos bancos de sangue. "Isso pode ajudar a atender as necessidades para que pacientes tenham acesso a terapias capazes de salvar vidas", avalia Burnouf.