• Mariane Morisawa, de Los Angeles
Atualizado em
'Star Wars - Os Últimos Jedi' (Foto: Divulgação)

'Star Wars - Os Últimos Jedi' (Foto: Divulgação)

Rian Johnson recebeu o bastão de J. J. Abrams na segunda parte da nova trilogia, Star Wars: Os Últimos Jedi, — para retornar às mãos de Abrams no último capítulo. E pegou a história em um ponto bem importante: o encontro entre Rey (Daisy Ridley) e Luke Skywalker (Mark Hamill) em uma ilha — a cena final de O Despertar da Força. O novo longa parte daí.

Além de Ridley, estão de volta os atores John Boyega (no papel de Finn), Oscar Isaac (Pod), Adam Driver (Kylo Ren) e Carrie Fisher, falecida em 2016, em sua última aparição como a Princesa Leia. Laura Dern e Benicio Del Toro também se juntam ao elenco, como a vice-almirante Amilyn Holdo e DJ. Na entrevista a seguir, Johnson, que acaba de ser contratado para criar uma novíssima trilogia de Star Wars, fala sobre os desafios de dirigir uma série da qual é fã desde pequeno e conta quais são os filmes antigos que o inspiraram.

Pelo nome do filme, podemos imaginar que os Últimos Jedi são importantes?
Sim. O filme é sobre Luke Skywalker, ele é o personagem que inicia Os Últimos Jedi. Foi a partir dele que comecei a escrever a história. Precisava saber por que estava naquela ilha. Era interessante desenvolver o universo, construir a mitologia dos Jedi, mas só até o ponto em que isso afeta a história de Luke. Ao chegar, Rey é como uma aprendiz — e o mestre não sabe direito o que ela espera. O filme fala dessa relação, conta como um afeta o outro e como essa religião tem significados diferentes para eles. Para mim, o coração do filme e dos Jedi é a noção de que, quando você é criança, percebe que há um chamado em algum lugar do seu caminho. São filmes sobre a transição da infância para a adolescência e sobre os desafios da fase adulta.

Você dirigiu a parte do meio da trilogia, então não precisou introduzir a história. O que manteve e o que mudou?
Eu li o roteiro de O Despertar da Força e vi algumas das imagens diárias que eles estavam fazendo. Vi a Daisy fazendo a Rey e o John interpretando o Finn. Então comecei a pensar nos personagens. Para onde eles iriam? Fiz uma lista dos personagens, de suas motivações, dos principais desafios que poderiam enfrentar. Foi assim que estruturamos o filme. Para mim, era importante que as escolhas fizessem sentido para os personagens e para a narrativa dramática — e não só causassem surpresas. As surpresas precisam fazer sentido, como na vida. Se isso for feito de maneira honesta, haverá novidades no caminho.

Todo filme tem sua pressão, mas Star Wars é outro nível. Como lidou com isso?
(Risos) Na verdade, fiquei surpreso como isso sumiu logo quando comecei a trabalhar. Não apenas a pressão por fazer um filme com tantos fãs, mas por ser algo que amo desde meus quatro anos de idade. No fim, a pressão do público é tão enorme e abstrata que precisei deixar para lá, focar no que tinha de fazer. E o fato de ser fã acabou ajudando, porque eu já conhecia o compasso interno do mundo de Star Wars.

Luke Skywalker (Foto: Divulgação)

Luke Skywalker (Foto: Divulgação)

Qual foi seu maior medo?
Fazer um filme ruim da série Star Wars (risos).

J. J. Abrams deu alguma dica?
Ele me apoiou muito, foi meu maior líder de torcida. Mas não havia muito o que falar sobre o que poderia dar errado. Ele me desejou boa sorte, claro, e depois encorajou minhas ideias. A verdade é que, no fim das contas, é preciso mergulhar e nadar para não afundar.

Como Almas em Chamas (1949), de Henry King, com Gregory Peck, influenciou você?
Os Últimos Jedi fala sobre a Resistência. Assisti a vários filmes de guerra e de samurais para me preparar. Mas Almas em Chamas foi muito influente — por exemplo, a cena do trailer com as naves da Resistência foi inspirada nele; a dinâmica do personagem de Peck e de um grupo de soldados sob extrema pressão também. Akira Kurosawa [cineasta japonês] e filmes mais divertidos de samurais, de outros diretores da década de 1960, também influenciaram.

Como foi trabalhar com Mark Hamill e Carrie Fisher sendo tão fã da série?
Eu os deixava falar. Se Hamill está contando uma história do set de O Império Contra-Ataca, você não interrompe — a não ser que esteja contando a história pela quinta vez seguida. Aí é hora de dizer: “Ok, vamos rodar agora” (risos).

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