PEQUIM. A China confirmou a suspensão temporária de entrada de carnes brasileiras no país nesta terça-feira e não deu prazo para a validade das medidas em vigor. A porta-voz governo Hua Chunying afirmou que a decisão foi a de "adotar algumas ações preventivas e temporárias" para proteger o consumidor chinês. Ao GLOBO, o único jornal brasileiro presente na conversa com os jornalistas em Pequim, ela disse que é "prematuro" prever quando as restrições terão fim.
- O que posso dizer é: para proteger a segurança dos consumidores chineses, adotamos algumas medidas preventivas e temporárias. Esperamos que o Brasil conduza investigações profundas e de maneira aberta e transparente e crie medidas rígidas para assegurar a segurança ea credibilidade dos produtos vendidos à China - destacou a porta-voz.
Ela destacou a importância da parceira entre o Brasil e a China, que salientou serem importantes parceiros comerciais.
A maior preocupação das autoridades brasileiras, neste momento, é que o Brasil nunca vendeu tanta carne para os chineses. Foram cerca de US$ 2 bilhões no ano passado. O Brasil fornece 80% da carne de frango importada pela China. A carne bovina também ganhou destaque na pauta.
No ano passado, o Brasil ultrapassou os australianos e passou a ser também o maior vendedor de carne bovina para a China, contribuindo com 29% do total importado. O país é ainda o sétimo fornecedor de carne de suínos.
O escritório de administração de qualidade, supervisão, inspeção e quarentena, responsável pelo controle sanitário no país, o AQIQ na sigla em inglês, recomendou aos importadores que mantivessem qualquer produto que não tivesse sido inspecionado em depósitos até segunda ordem. Há quem dia que este é um sinal de que a restrição pode ter curta duração.