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Como garantir que a carne que você consome é de boa qualidade

É fundamental ficar atenta a vários aspectos na hora de comprar e armazenar a proteína animal

Por Luiza Monteiro
Atualizado em 17 mar 2017, 18h05 - Publicado em 17 mar 2017, 15h52

Nesta sexta-feira (17), a Polícia Federal (PF) deflagrou a operação Carne Fraca, a maior já realizada no país. De acordo com as investigações, os principais frigoríficos brasileiros – entre eles BRF Brasil, dono de marcas como Sadia e Perdigão, e JBS, que detém Friboi, Seara e Swift – vendiam ilegalmente carnes de má qualidade tanto para o mercado interno quanto para exportação, em troca de propina.

A PF identificou a comercialização de carnes podres e adulteradas. Para mascarar a validade vencida dos produtos, assim como o odor e as características físicas, as empresas adicionavam ácido ascórbico e aditivos químicos (alguns cancerígenos, inclusive). Outra prática identificada foi a venda de carnes em que a proteína era substituída por fécula de mandioca ou proteína de soja, mais baratas. Em alguns casos, até pedaços de papelão foram encontrados em frangos e linguiças.

Os investigadores afirmam que diretores e donos das empresas estariam envolvidos diretamente com as fraudes e tinham a ajuda de servidores das Superintêndencias Regionais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Paraná, de Minas Gerais e de Goiás.

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Carne boa no prato

Diante dessas notícias, é bom garantir que a proteína animal que você consome seja de qualidade. Segundo a nutricionista Fernanda Leme, da Equilibrium Consultoria em Saúde e Nutrição, em São Paulo, é importante assegurar que o estabelecimento comercial onde você compra a carne tenha condições adequadas de conservação. “Os alimentos congelados e refrigerados devem ficar armazenados em refrigeradores, freezers ou balcões frigoríficos na temperatura recomendada pelo fabricante”, aconselha Fernanda. Observe também se a embalagem da carne não está gotejante.

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Itens de origem animal malconservados podem sofrer contaminação por bactérias, fungos, vírus ou parasitas e até transmitir doenças. “A temperatura é um dos fatores determinantes para a proliferação desses micro-organismos, daí a importância de armazenar corretamente”, alerta a nutricionista.

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Em casa, nunca mantenha a carne em temperatura ambiente. “Em até 4 °C na geladeira, ela dura cerca de três dias. Quando congelada, sob temperaturas de -14 °C a -17 ºC, tem um prazo de validade de cerca de 30 dias”, informa Fernanda. “Além disso, é importante garantir que as carnes estejam em embalagens fechadas, pois a deterioração acontece também pela oxidação”, lembra.

Na hora de preparar a comida, use água e ingredientes de qualidade e lembre-se de cozinhar completamente os alimentos. Para isso, mantenha o fogo em 70 °C, no mínimo – valor que assegura segurança para consumo.

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Sem exageros

Em geral, recomenda-se que a ingestão diária de proteínas seja de 0,8 a 1 grama (g) por quilo (kg) de peso da pessoa. Então, alguém que pese 70 kg, por exemplo, deve ingerir entre 56 e 70 gramas do nutriente por dia. “Um bife de 100 gramas tem cerca de 20 a 30 gramas de proteínas”, exemplifica Fernanda Leme.

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Se você pretende excluir a carne do menu, substitua por alimentos que apresentem os mesmos nutrientes, como proteína de alto valor biológico, ferro, zinco e vitamina B12. “Ovos, laticínios e as leguminosas são fontes de proteína”, destaca a nutricionista. A B12 só é encontrada naturalmente em itens de origem animal, então leite e ovos são boas pedidas. “O ferro está em nozes e espinafre, e o zinco, em castanhas e feijão”, lembra Fernanda. Portanto, não se esqueça: se optar por excluir a carne, é fundamental diversificar ao máximo o cardápio.

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