Bancos fecham 611 agências e demitem 5.542 funcionários em 12 meses

Outras 1.200 unidades devem fechar

PDVs vão cortar mais de 11.000 vagas

Banco do Brasil anuncia parceria com o Sebrae
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Os 5 maiores bancos do país fecharam 611 agências e demitiram 5.542 funcionários num período de 12 meses. Os dados são dos balanços do 3º trimestre do Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú e Santander.

As instituições controlam 81,2% dos ativos totais e detêm 84,7% do mercado de crédito brasileiro. Mesmo com todas apresentando lucro, há 1 movimento para reduzir a estrutura administrativa e diminuir gastos.

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O Banco do Brasil foi o que mais teve corte de postos de atendimento do 3º trimestre de 2018 ao mesmo período deste ano: saíram de 4.147 para 3.684 unidades -recuo de 11%. O número de funcionários caiu de 97.232 para 93.872.

Durante a apresentação dos dados contáveis, o presidente do BB, Rubem Novaes, afirmou que a tendência é de que o movimento continue em 2020. Em nota, o banco informou que revê permanentemente a dotação da rede de agências. “No BB, mobile e internet já respondem por 80% de todas as transações, levando mais comodidade e conveniência aos clientes”, comunicou.

O Santander, por sua vez, aumentou o número de agências de 2.267 para 2.317. O número de funcionários também subiu de 47.836 para 49.382.

A expectativa é que os bancos fechem cerca de 1.200 agências até o fim de 2020, sendo que 800 dos cortes devem partir da iniciativa privada, concentrados no Bradesco e no Itaú. Acompanhado disso, os PDVs (programas de demissão voluntária) devem desligar, pelo menos, 11.186 funcionários até o próximo ano.
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A redução da taxa Selic e o crescimento das fintechs no mercado também contribuem para que os bancos façam redução dos custos administrativos.

Movimento global

Uma pesquisa do grupo Which? mostrou que mais de 30% das agências bancárias do Reino Unido fecharam de 2015 a outubro deste ano, o que equivale a 3.303 unidades. As filiais descontinuadas foram, principalmente, do Royal Bank of Scotland Group, Barclays, HSBC e Lloyds Banking Group.

Relatório do HSBC mostrou que o banco inglês pretende demitir 10.000 funcionários em todo mundo, diminuindo a força de trabalho global em 4%. A instituição financeira já havia divulgado outro corte de 4.700 empregos em agosto.

Nos Estados Unidos o JP Morgan Chase terá 301 agências no fim de 2019, a menor quantidade nos últimos 13 anos. O US Bancorp também anunciou aos funcionários que haverá uma reestruturação de pessoal, eliminando cargos de gerência intermediária, que não tem contato com clientes.

No Japão, o Mitsubishi USJ reduzirá 35% as filiais até 2023. Das 515 unidades, 180 estão em risco. O Mizuho também cortará 130 unidades nos próximos 5 anos. O Standard Bank, da África do Sul, anunciou o corte de 1.200 empregos e o fechamento de 91 agências em 2019. Como justificativa, divulgou que é preciso esforço para a digitalização do banco.

Mobile banking

Levantamento feito pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos) feito com base nos dados de 2018 mostra que 6 em cada 10 transações bancárias já são realizadas pelo celular ou pelo computador. Eis outro infográfico:

De 2014 a 2018, enquanto os canais tradicionais perderam espaço no volume de transações bancárias, saindo de 38% para 24% do total, os meios digitais subiram de 47% para 60%.

O montante movimentado por mobile banking saltou de R$ 48,8 bilhões para R$ 78,9 bilhões no período, o que corresponde a uma alta de 62%. Do internet banking, caiu de R$ 18 bilhões para R$ 16,2 bilhões -recuo de 10%. Nas agências bancárias, o volume de transações tombou 18%: de R$ 4,9 bilhões para R$ 4 bilhões.

Pesquisa similar do ABA (American Bankers Association), dos Estados Unidos, também sinaliza que 73% do uso das contas bancárias de 2019 foi feito via canais digitais. Houve uma alta de 72% em comparação a 2018. Quase 1 em cada 5 dos entrevistados continua realizando suas transações pessoalmente nas agências dos bancos.
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