O presidente do INEM, suspenso há três meses, esperava voltar ao trabalho esta quinta-feira, mas a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) avisou-o que um regresso precoce traduzir-se-á num novo processo disciplinar, noticia o Jornal de Notícias. Enquanto Paulo Campos defende ter já cumprido os 90 dias de suspensão, o IGAS esclarece agora que a mesma é contada em dias úteis. Ou seja, a suspensão terminará apenas a 28 de fevereiro.

Em outubro, o então ministro da Saúde, Paulo Macedo, instaurou um processo disciplinar ao presidente do INEM na sequência da intervenção deste na transferência de uma doente de Cascais para Abrantes, em helicóptero do Instituto, em janeiro de 2015. A relação do presidente do INEM com a doente está no centro do processo.

Paulo Campos, numa entrevista à TVI, na quarta-feira, exigiu um pedido de desculpas de Paulo Macedo e de Leal da Costa. “Não conheço a família, não sou amigo da família, nunca me apresentei como amigo da família. Portanto, aguardo até final do processo disciplinar um pedido de desculpas do ex-ministro Paulo Macedo e do ex-secretário de Estado Leal da Costa. Isto está irrefutavelmente provado no processo. Porque é que o processo existe? É uma pergunta que temos, de facto, de fazer”, defendeu. “Houve aqui uma única questão desconfortável: se à data não tivesse posto o doente e a situação acima de tudo, hoje estaríamos aqui a lamentar a morte desta doente.”

Segundo o JN, o Ministério da Saúde confirmou que o processo ainda está a decorrer, faltando ainda serem ouvidas testemunhas favoráveis a Paulo Campos. Enquanto o atual presidente está suspenso, o Ministério da Saúde escolheu Luís Meira para o substituir. O que se passará a seguir é uma incógnita, mas uma coisa é certa: os dois estão a receber a remuneração de presidente do INEM.

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