Economia

Governo federal vai liberar mais verbas para o setor de TI

Procura por recursos do programa TI Maior surpreende ministério

RIO — O governo federal pretende alocar mais verbas do programa Inova Empresa no setor de Tecnologias de Informação (TI), informou nesta segunda-feira o ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp. O plano inicial, lançado em março, previa investimento de R$ 2,1 bilhões no setor, do total de R$ 32,9 bilhões, mas a demanda por financiamento superou as expectativas.

— Talvez seja um dos programas com menos recursos, mas o que está sendo mais efetivo, alcançando amplamente todos os setores da atividade, em especial no programa de start-ups . Foi impressionante. Nós queríamos financiar 150 projetos, mas vamos ter que mudar porque apareceram quase mil candidatos, inclusive de fora do país — disse o ministro, em referência ao Start-up Brasil, parte do programa TI Maior.

Segundo Raupp, é possível que orçamentos destinados a outros programas com menos procura, como o Inova Petro, sejam realocados para o TI Maior. O Inova Empresa prevê R$ 4,1 bilhões para o setor de petróleo e gás. Dos editais lançados, com valor total de R$ 2,9 bilhões, apenas R$ 490 milhões estão sendo contratados.

A baixa procura por financiamentos de pesquisas na área de petróleo e gás não causou surpresa ao governo. Raupp explicou que ausência de projetos se deve às mudanças recentes na direção da Petrobras, mas novas propostas devem surgir nos próximos meses. Caso isso não aconteça, é possível que parte da verba destinada ao setor seja realocada.

— Na maioria dos setores a demanda é bem maior que a oferta, mas tem algumas áreas, como a do petróleo e gás, com recursos sobrando. A gente vai ter que fazer adaptações, transferir recursos de um lado para o outro até encontrar o ponto de equilíbrio — disse o ministro.

O programa Inova Empresa prevê investimento gradativo de R$ 32,9 bilhões no financiamento de projetos de empresas privadas na área de inovação, pesquisa e desenvolvimento. O objetivo é elevar a produtividade e a competitividade da indústria nacional. Do total, serão R$ 28,5 bilhões de investimentos diretos do governo e R$ 4,4 bilhões de agências parceiras. Segundo Raupp, até agosto todos os editais do plano serão lançados.

Os recursos são oferecidos nos modelos não reembolsável, com parceria de empresas e instituições de pesquisa; ou reembolsável, com juros entre 2,5% e 5% ao ano. O ministério também planeja montar um fundo para que a Finep possa agir como uma empresa de venture capital, assumindo os riscos do investimento em projetos embrionários, mas com participação acionária nos beneficiados.