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 (Foto: FLICKR/ CREATIVE COMMONS)

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Os segredos da mente humana são um dos tópicos mais interessantes da ciência, inclusive na ficção: o perfil dos personagens de Alice no País das Maravilhas também já rendeu vários estudos sobre transtornos neurológicos e psicológicos.

A candidata ao doutorado em neurociência clínica na King’s College de Londres, Holly Barker, propôs mais dois diagnósticos que ela pensa serem evidentes nas histórias de Lewis Carroll, autor dos clássicos de Alice. Confira:

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Despersonalização
Em texto publicado na Neuroscience News, Barker identifica que, “em diversos pontos da história, Alice questiona sua própria identidade e se sente de alguma forma ‘diferente’ de quando ela despertou”.

De acordo com a pesquisadora, isso pode caracterizar o transtorno de despersonalização, um distúrbio que faz com que a pessoa sinta que não pertence ao próprio corpo, pense que não está vivendo aquele exato momento e apresente uma falta de memórias e pensamentos.

Esse transtorno pode estar relacionado ao abuso ou trauma infantil, agindo como um mecanismo de defesa para que a pessoa se desconecte de evento adversos.

Prosopagnosia
Outro transtorno diagnosticado por Barker é a prosopagnosia do personagem Humpty-Dumpty. A doença, que pode ser tanto hereditária quanto causada por traumas, impede que a pessoa reconheça rostos.

Diagnósticos anteriores
Alguns pesquisadores não só tentaram diagnosticar as doenças retratadas nas histórias de Carroll, como também nomearam uma síndrome com o nome do clássico.

Em 1955, o psiquiatra britânico John Todd caracterizou a Síndrome de Alice no País das Maravilhas, identificada quando o tamanho do próprio corpo e o tamanho dos objetos ao seu redor são percebidos de forma errada. Além disso, quem sofre dessa condição também pode ter enxaquecas, algo que o próprio Lewis Carroll dizia sofrer.

Há também alguns sinais de que o autor teria se inspirado em diagnósticos e transtornos comuns a trabalhadores do século 19, em plena Revolução Industrial. O tio de Carroll, por exemplo, fazia parte da Lunacy Commission, uma comissão que supervisionava instituições que tratavam transtornos mentais, e teria sido uma fonte de informações para o escritor.

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