Responsável por avaliar a segurança dos carros vendidos na América Latina, o Latin NCAP levou a nova Ford Ranger para seus testes de impacto. Na avaliação, a picape produzida na Argentina recebeu três estrelas para proteção de adultos e quatro estrelas para a de crianças.
De acordo com a instituição, a picape não recebeu nota máxima nos crash tests frontal e lateral por não oferecer Controle Eletrônico de Estabilidade (ESC) de série, algo exigido como requisito pelo Latin NCAP. A picape oferece ISOFIX e cintos de três pontos para todos os passageiros, mas também não possui airbags laterais. A estrutura do modelo foi considerada pelo órgão como estável.
"No impacto frontal, os airbags da frente ofereceram uma boa proteção às cabeças do motorista e do acompanhante. O peito, tanto do motorista quanto do acompanhante, recebeu proteção adequada. O airbag para os joelhos do motorista melhorou a proteção proporcionada a essa parte do corpo. Ambos os cintos de segurança estavam equipados com pretensores e limitadores de carga. As regiões dos joelhos dos passageiros não mostraram estruturas de alto risco", afirmou o Latin NCAP em nota.
Chevrolet Sail
Outro modelo avaliado pelo órgão foi o Chevrolet Sail, sedã compacto da GM produzido na China, que recebeu zero estrela para a proteção do ocupante adulto e duas estrelas para a proteção infantil. "Isto mostra que alguns fabricantes de carros ainda insistem em oferecer níveis perigosos de segurança com risco de vida aos ocupantes, assim como o avanço de outros", afirmou em nota o Latin NCAP.
Para o órgão, a estrutura do modelo é instável. Durante os testes, o motorista apresenta lesões de risco de vida na cabeça e no peito. Como as lesões do motorista foram responsáveis pela zero estrela, o teste de impacto lateral não foi realizado. O Sail recebeu duas estrelas para a proteção infantil por possuir ISOFIX de série, mas o Latin NCAP ressalta que o modelo não possui cintos de três pontos para todos os passageiros, possui instruções insuficientes e há falhas de instalação dos sistemas de retenção infantil.
Confira o vídeo com o teste abaixo.
Metodologia
O Latin NCAP realiza os crash tests de veículos cedidos por montadoras ou adquiridos a partir do patrocínio de instituições que apoiam o programa. A colisão frontal, por exemplo, é realizada a 64 km/h contra uma barreira deformável descentralizada, que atinge 40% da parte dianteira do veículo. Após o impacto, sensores medem os efeitos do choque sobre os manequins de tamanho adulto (que ocupam os bancos dianteiros) e outros dois que simulam a presença de uma criança de três anos e outra de um ano e seis meses nos assentos traseiros.
Em 2014, o Latin NCAP aumentou a exigência de avaliação para os ocupantes crianças. Agora, é utilizada uma nova tecnologia de dummie infantil para representar crianças de três anos e de 18 meses. Além disso, o programa agora também leva em consideração a facilidade de instalação dos equipamentos de retenção infantil. Para o órgão, a adoção dos sistemas de ancoragem isofix é peça-chave para reduzir a probabilidade de uma instalação incorreta e, geralmente, melhora o desempenho dinâmico do veículos.
Regras para 2016
Neste ano, a organização também estabeleceu regras mais rigorosas. A partir de 2016, para receber quatro ou cinco estrelas, os carros deverão obrigatoriamente ter controle eletrônico de estabilidade e ser aprovados no crash test lateral. Além disso, o teste de impacto lateral deve conter dois dummies infantis para avaliar a proteção oferecida para crianças nesses tipo de colisão. Hoje, apenas os modelos que já obtiveram cinco estrelas em testes anteriores são submetidos ao impacto lateral para que suas pontuações sejam reavaliadas. Confira abaixos todos os modelos testados até hoje pelo Latin NCAP e suas respectivas pontuações.