Asilos no Rio Grande do Sul registram surto de covid mesmo depois da vacinação

Foram 129 casos em 2 locais

E 4 mortes entre moradores

Amostras serão sequenciadas

Para detectar se são variantes

Casos ocorreram depois da vacinação com o imunizante CoronaVac, produzido no Brasil pelo Instituto Butantan
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Dois asilos no Rio Grande do Sul registraram casos e mortes por covid-19 mesmo depois da vacinação. Foram 129 casos de infeção e 4 mortes entre idosos. Todos os moradores dos asilos foram vacinados antes com a vacina da CoronaVac. As informações são da Folha de S.Paulo.

No Lar do Idoso São Vicente de Paula, em São Luiz Gonzaga, interior do Estado, foram 64 casos registrados a partir de 29 de abril. Foram 48 moradores e 16 funcionários com testes positivos para o coronavírus. No local, duas pessoas morreram: um homem de 77 anos e uma mulher de 80 anos.

Além disso, 10 pessoas precisaram ser internadas. Atualmente, 4 ainda estão no hospital, mas não precisam de assistência em UTI (unidade de terapia intensiva).

A vacinação dos moradores e trabalhadores do asilo foi realizada entre 21 de janeiro e 18 de fevereiro deste ano com a CorovaVac. Entre as pessoas infectadas, 41 tiveram um quadro assintomático de covid-19.

Segundo o neurologista José Renato Grisólia, em entrevista à Folha, sem a vacina teria ocorrido “uma grande catástrofe” no local. “Houve proteção, considerando que todos, além de idosos, são portadores de várias doenças. Os dois que faleceram tiveram piora súbita.

Em outra cidade do interior gaúcho, em São Borja, mais um surto aconteceu em outro asilo chamado São Vicente de Paula. O local registrou 65 casos de infecção e duas mortes: uma mulher de 90 anos que tinha Alzheimer e um homem de 78 anos que também tinha outras doenças. Dez pacientes ainda estão internados, 2 em estado grave.

Neste local, todos os moradores tinham sido vacinados com a CoronaVac. As aplicações ocorreram entre 20 de janeiro e 18 de fevereiro, de acordo com a Secretaria da Saúde do Rio Grande do Sul.

Em nota à Folha, o Instituto Butantan, que produz a CoronaVac no Brasil, afirmou que a eficácia e a segurança do imunizante foram comprovadas por testes clínicos e pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Cada caso, individualmente, deve passar obrigatoriamente pelo processo de investigação, que não considera a imunização de forma isolada, e sim o conjunto de aspectos clínicos, como comorbidades e outros fatores não relacionados à vacinação”, disse o Butantan.

A eficácia geral da CoronaVac é de 50,7%. Contra casos graves é de 100%, enquanto para leves, a taxa é de 83,7%. Um estudo do Ministério da Saúde da Indonésia mostrou ainda que a vacina tem 98% de eficácia na prevenção de mortes e reduz em 96% as chances de hospitalização por causa da covid-19.

Em São Luiz Gonzaga foram recolhidas amostras para a genotipagem do vírus. O hospital que atendeu aos infectados quer descobrir se as infecções se deram por uma nova variante do coronavírus. A Fiocruz realizará os testes nos próximos dias.

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